Episodios

  • Ucrânia. A guerra continua, mas vamos falar de paz?
    May 13 2025

    Vladimir Putin sugeriu a Vlodymyr Zelensky retomar as negociações de paz interrompidas no final de 2022, sem condições prévias e desde que as conversações se centrem nas “causas profundas do conflito”.

    O presidente ucraniano disse que iria a Istambul, nesta quinta-feira, para se reunir, pessoalmente, com o seu homólogo russo, e acrescenta que a sua proposta de cessar-fogo continua em cima da mesa.

    Mas a oferta de cessar-fogo a partir desta segunda-feira foi ignorada e a guerra continua, portanto. A Ucrânia foi atacada por mais de uma centena de drones russos e as potências europeias ameaçam agravar as sanções a Moscovo.

    O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os “ultimatos” apresentados pelos líderes da UE para aceitar um cessar-fogo até segunda-feira à noite eram “inaceitáveis”.

    A alta-representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia, Kaja Kallas, disse ontem que “não pode haver conversas” entre as duas partes se a Rússia continuar a bombardear a Ucrânia e se não houver um cessar-fogo, uma posição secundada por vários ministros dos Negócios Estrangeiros dos países-membros.

    Neste episódio, Diana Soller, investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova, comenta os avanços e recuos deste processo negocial atribulado.

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    18 m
  • A campanha entra na recta final e tudo pode ainda acontecer
    May 12 2025

    A campanha eleitoral entra na semana final. Os nervos e a ansiedade dos líderes e dos militantes dos partidos estão cada vez mais à flor da pele. Com as sondagens a colocar PS e AD no perímetro da margem de erro, é caso para dizer que tudo está em aberto. Observadores como Francisco Mendes da Silva dizem que, se tivessem de apostar um pulmão no vencedor, dariam a vitória a Luís Montenegro. Mas a percentagem de indecisos e, principalmente, a percentagem de eleitores que já escolheram em quem votar mais admitem uma mudança de última hora, acentua a incerteza. Certo, certo é que esta campanha está longe do entusiasmo e da mobilização do ano passado. Os portugueses tiveram tantas festas da democracia no passado recente que reagem à festa em curso com o fastio normal da rotina.

    Até porque, como seria de esperar, no espaço de um ano é impossível pedir aos partidos novas ideias e novos programas. Se o risco de uma aliança ou acordo entre AD e Chega é carta fora do baralho, sobram muitas zonas incertas que a campanha tratará de discutir: programas económicos que parecem demasiado optimistas, segurança social exclusivamente pública ou com um pilar privado, mais ou menos impostos, mais apoios aos reformados e pensionistas que se assumem como uma prioridade na disputa PS/PSD, gastos na defesa, na cultura, imigrantes, tudo tem sido falado, criticado e aprofundado, como deve ser. Mas há esqueletos no armário: não se percebe que temas como a educação ou a organização do estado mais centralizado da Europa escapam ao radar do futuro.

    Estando tudo em aberto, o P24 de hoje tenta revisitar a campanha que já passou e projectar a campanha que está para vir. Convocámos para esse efeito Carlos Jalali, politólogo, doutorado em Ciência Política pela universidade de Oxford, professor na universidade de Aveiro e director do mestrado em Ciência Política e do programa de doutoramento da UA-UBI.

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    16 m
  • O novo Papa é uma bofetada de luva branca a Donald Trump
    May 9 2025

    E ao segundo dia de votação, o conclave de 133 cardeais escolheu um novo Papa. O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, conhecido como padre Bob, será Leão XIV.

    Prevost nasceu em Chicago, nos EUA, é descendente de espanhóis e de italianos, e o seu trajecto religioso está associado à América Latina, especialmente ao Peru.

    O novo Papa, que evocou Francisco na sua primeira intervenção, na Praça de São Marcos, será o primeiro pontífice oriundo dos EUA e de um país protestante.

    No fundo, a sua escolha pode ser entendida como uma forma de lidar com o seu país de origem e, ao mesmo tempo, a continuidade do legado humanista do seu antecessor?

    Donald Trump não perdeu tempo a felicitar Leão XIV e disse estar ansioso por conhecê-lo. A eleição de Robert Prevost está a ser recebida com críticas e insultos de figuras proeminentes da extrema-direita norte-americana.

    Paulo Mendes Pinto, investigador e coordenador da área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona, convidado deste episódio, ajuda-nos a perceber o porquê da escolha e como é que poderá ser este pontificado.

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    15 m
  • Israel quer anexar Gaza e conta com o silêncio internacional
    May 8 2025

    Israel aprovou um plano para conquistar Gaza e manter o controlo militar do território. Foi também aprovada uma nova estratégia de distribuição de ajuda humanitária, que exclui a ONU, e que será entregue a empresas privadas estrangeiras.

    O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, afirmou que “Gaza será totalmente destruída”, que os civis serão enviados para o Sul do território e que de lá serão deportados, “em grande número”, para outros países. O ultranacionalista Itamar Ben-Gvir, por seu lado, defendeu a destruição total dos poucos armazéns de alimentos na Faixa de Gaza.

    Isto, num momento em que o enclave está a ser alvo de uma onda de pilhagens e de roubos, na tentativa desesperada da população de obter alimentos.

    O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, prevê que a intensificação da ofensiva e uma presença militar prolongada terão dois efeitos: inúmeras mortes civis e mais destruição em Gaza. E o presidente francês e o primeiro-ministro do Reino Unido apelam a que sejam retomadas as negociações de um cessar-fogo.

    Neste episódio, Tiago André Lopes, professor de Estudos Asiáticos e Diplomacia na Universidade Lusíada do Porto, reflecte sobre as consequências deste plano e afirma que a União Europeia está a perder a guerra da Ucrânia no Médio Oriente.

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    13 m
  • Ou a Igreja se abre a toda a gente ou definha
    May 7 2025

    O conclave que vai escolher o novo papa reúne-se a partir de hoje em Roma. Os cardeais vão optar por uma herança mais eurocêntrica ou pela continuidade de um movimento mais reformador que o Papa Francisco impulsionou e acelerou?

    O papa argentino deixou como legado uma voz solidária para com os refugidos e migrantes, recusando a lógica da exclusão, da violência ou da destruição do planeta.

    Francisco manifestou-se a favor de uma economia solidária e fraterna, que dê “terra, tecto e trabalho” para todos e não apenas para os que gerem a “economia predadora”. Ignorar essa mensagem seria um recuo.

    O seu desejo de transformação do papamóvel, o veículo que utilizou em viagens por todo o mundo, numa unidade móvel de saúde ao serviço das crianças da Faixa de Gaza, transmite a sua preocupação com as vítimas de uma era que espezinha os direitos humanos mais básicos.

    Neste episódio, António Marujo, director do site Sete Margens, prevê que o futuro Papa seja oriundo da Ásia, que Bergoglio considerava ser a região do futuro para o cristianismo. Este jornalista especializado em questões religiosas defende que ou a Igreja se abre à participação de toda a gente e se abre ao mundo ou vai definhar, pelo menos no Ocidente.

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    18 m
  • Imigrantes: o Estado tem mais pressa em expulsar do que em regularizar?
    May 6 2025

    O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, anunciou no último sábado que a AIMA, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo, vai notificar cerca de 18 mil imigrantes para que abandonem, voluntariamente, o território nacional nas próximas semanas. Segundo o ministro, mais de 4000 desses imigrantes serão notificados, nesta semana, para que deixem o país nos próximos 20 dias.

    O anúncio na véspera do início da campanha das legislativas presta-se a ser denunciado como uma decisão eleitoralista do Governo, numa jogada táctica para roubar a bandeira do discurso anti-imigração ao Chega. É o que diz a oposição. A coligação AD desmente.

    Seja como for, a decisão administrativa da AIMA entrou na campanha eleitoral como um dos temas principais em discussão, como se comprova pelos últimos debates com todos os líderes dos partidos com assento parlamentar.

    Entre a deportação pura e simples, a reboque da retórica xenófoba que nos chega dos EUA, e a necessidade de regularização e integração vai uma grande distância.

    Para nos ajudar a percorrê-la e a perceber o que está em causa, contamos com o contributo de Emellin Oliveira. A convidada deste episódio é advogada especializada no direito da imigração, do asilo e da nacionalidade e, além disso, faz parte do Centro de Investigação & Desenvolvimento sobre Direito e Sociedade da Nova School of Law.

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    18 m
  • Da habitação à saúde: como respondem os líderes aos desafios do país?
    May 5 2025

    Fizemos perguntas - doze no total - a todos os líderes dos partidos com assento parlamentar candidatos às Legislativas de 18 de Maio. Como vem sendo hábito, ouvimos os candidatos sobre a sua visão para o país em várias áreas. Todos responderam, menos o líder do Chega, André Ventura, que resolveu não participar e mostrar a visão do Chega para o país. Neste P24 ouvimos a resposta a três questões: saúde, habitação e segurança.

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    19 m
  • Trump assusta a América com o caos enquanto fica cada vez mais rico
    May 2 2025

    Quer ir jantar com o homem mais poderoso do mundo no próximo dia 22 de Maio, no seu clube de golfe exclusivo, seguido do direito de uma visita à Casa Branca? Na internet, Donald Trump deixava instruções muito claras para os candidatos: Digam ao Presidente quantos criptomemes com o seu nome e da sua mulher têm na carteira. Como seria de esperar, o anúncio levou a uma corrida aos criptomemes Trump e Melania, que num só dia valorizaram 60%. Quem ganhou com a cedência da imagem do poder político democrático à negociata? Donald Trump, claro está.

    Durante as barafundas com as tarifas, com as perseguições a juízes ou a jornalistas, as ameaças de anexação do Canadá ou da Gronelândia, não houve grande oportunidade para escrutinar o conflito de interesses entre o exercício presidencial e o negócio privado dos Trump. Nos últimos dias, as poucas vozes independentes que restam na América, em especial o The New York Times, começaram a divulgar as suas investigações sobre os negócios de Trump com as criptomoedas. Como ele exigia compras antecipadas dos seus tokens da World Liberty Financial a parceiros externos para influenciar a procura. Como usava o seu nome para os convencer. E agora, como usa a sua função e a sua residência oficial de presidente para valorizar os seus criptomemes.

    Já se sabia que o estatuto especial de Elon Musk, que ao contrário dos funcionários públicos, não está impedido de tomar decisões em áreas nas quais tem interesses financeiros, era a prova do caminho dos Estados Unidos em direcção a um estado oligárquico, quando não cleptocrático. Os negócios da SpaceX ou a transformação da rede X em órgão oficial da comunicação do governo são preocupantes. Mas o que acontece com as criptomoedas da família Trump é escandaloso. Porque ao lado dos seus investimentos e do uso do simbolismo das funções presidenciais para aumentar o valor dos seus activos pessoais ou familiares, Trump lançou um plano para acabar com todas as instâncias de supervisão e controlo das criptomoedas. Ou seja, limpou o caminho para o seu próprio enriquecimento.

    Saber como é que isto é possível na América, o país que até há bem pouco era admirado pelos democratas por causa dos seus freios e contra-freios do poder, exige esforço. Mas exige também proximidade e conhecimento desta brutal transformação da América. Por isso convidámos para este episódio do P24 Pedro Guerreiro, correspondente do PÚBLICO nos Estados Unidos.

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    18 m
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