Pergunta Simples Podcast Por Jorge Correia arte de portada

Pergunta Simples

Pergunta Simples

De: Jorge Correia
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Acerca de esta escucha

O Pergunta Simples é um podcast sobre comunicação. Sobre os dilemas da comunicação. Subscreva gratuitamente e ouça no seu telemóvel de forma automática: https://perguntasimples.com/subscrever/ Para todos os que querem aprender a comunicar melhor. Para si que quer aprender algo mais sobre quem pratica bem a arte de comunicar. Ouço pessoas falar do nosso mundo. De sociedade, política, economia, saúde e educação.Copyright 2020 Todos os direitos reservados Ciencia Ciencias Sociales Desarrollo Personal Política y Gobierno Éxito Personal
Episodios
  • Que histórias ainda não ousámos contar? Filipa Martins
    May 21 2025
    Filipa Martins esteve na Ucrânia em plena guerra. Decidiu lá ir, há poucas semanas. Dormiu num bunker, ouviu sirenes de bombardeamento, escreveu com o corpo em sobressalto e regressou com uma história para contar. É a partir dessa experiência — descrita num texto publicado na revista Visão — que começa esta conversa, mas o que se segue vai muito além da crónica de uma viagem a um país em conflito. Filipa Martins é escritora, jornalista e argumentista. Publicou romances, ensaios, argumentos televisivos e, até uma biografia: O Dever de Deslumbrar, dedicada à vida e à obra de Natália Correia — um projeto de seis anos de investigação e escrita, que reconstitui o percurso de uma das figuras mais complexas e livres da cultura portuguesa do século XX. Neste episódio do Pergunta Simples, Filipa Martins fala sobre tudo isso: o processo criativo, o método, as viagens, os limites da exposição pessoal na escrita, sobre a responsabilidade de narrar vidas reais, nas biografias.. Mas fala também — e com contundência — sobre o estado da democracia, o espaço das mulheres na cultura e na sociedade, e o modo como certos retrocessos se tornam visíveis nas estatísticas, nos discursos, e até nos algoritmos das redes sociais. Ela assinou o argumento das séries Três Mulheres e Mulheres às Armas, onde a ficção histórica serve como espaço de reconstrução de memórias silenciadas — em particular, as histórias de mulheres que tiveram um papel ativo em momentos decisivos da história portuguesa, mas que a narrativa oficial nunca destacou. Na conversa, há espaço para o rigor e para a emoção. A autora explica por que razão sente necessidade de “palmilhar” o território antes de escrever — uma herança do jornalismo que molda a sua literatura. Explica também por que razão vê a escrita como um gesto de observação e de resistência — mesmo quando isso significa abrir feridas ou reescrever memórias difíceis. Falamos das notas tiradas em viagem, da organização caótica dos cadernos perdidos, da vida doméstica retratada nas redes, da romantização dos papéis tradicionais, do papel do medo e da intimidade na criação literária. Filipa Martins está, presentemente, a terminar o seu próximo romance. Não é autobiográfico, diz — mas é, até agora, o mais pessoal. Um livro que volta à memória, à linhagem feminina e às marcas que se herdam. Esta conversa é sobre tudo isto. Sobre escutar, observar e transformar o que se vive — em literatura, em pensamento, em matéria para não esquecer. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:00:00 - 00:00:03:06 Filipa Martins, Jornalista, escritora. 00:00:03:06 - 00:00:11:04 Imagino que agora te sintas mais escritora do que jornalista. Um sim, mas um género com. 00:00:11:06 - 00:00:38:06 Esta conversa que é quase uma conversa de karma, porque a primeira vez que nós tentamos, ainda na nossa santa ignorância, descobrimos que não havia luz. Na verdade, houve um apagão ibérico, na verdade mais do que ibérico, certo? Creio que esta luz não diz tudo, ainda mais sabendo que falar contigo era um enorme gosto. Mas só hoje de manhã, sabendo que vinha cá hoje na rádio, eu estava a temer que houvesse outro cataclismo que nos separasse. 00:00:38:07 - 00:01:11:01 E aí passávamos então a ser banco. Como é que tu vives? Tu paga um. Olha, na verdade foi muito agradável. Eu sei que houve situações muito complexas, mas a minha versão dos acontecimentos foi foi, foi bastante simpática. Encontrei amigos por acaso na rua, que é uma coisa absolutamente estranha em Lisboa, quase como aquela que os encontros casuais da aldeia e de repente se combinamos juntar crianças. 00:01:11:03 - 00:01:34:14 Então passámos um serão. Tivemos também a sorte de ser uma altura do ano em que em que a noite chegou bastante tarde, portanto, e até às 08h30 tivemos o lusco fusco, vendo os fusco, as crianças a subirem, encher as casas com lanternas e a brincarem com a fazer sombras chinesas na parede. Portanto,
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    54 m
  • Estamos a ouvir verdadeiramente os adolescentes? Tânia Gaspar
    May 14 2025
    Está tudo à beira de um ataque de nervos. Adolescentes, pais, professores. Já repararam que quase ninguém anda feliz com a vida que leva? Pode ser uma mera perceção minha. Mas há já múltiplos estudos que evidenciam sintomas de que o nosso bem-estar está abalado. E ninguém parece saber a receita para reequilibrar isto. Decidi assim ir em busca de respostas, com Tania Gaspar, psicóloga clínica, autora e coordenadora de múltiplos estudos sobre a saúde mental dos jovens ou o bem-estar dos pais, enquanto trabalhadores. E os resultados não são nada animadores. A saúde mental dos jovens em Portugal está sob uma pressão silenciosa, mas cada vez mais evidente. Apesar de viverem numa era de oportunidades aparentemente infinitas, muitos jovens sentem-se perdidos, sobrecarregados e emocionalmente fragilizados. Na nossa conversa Um dos temas que mais destacou foi o sistema educativo e a sua incapacidade de apoiar os alunos mais vulneráveis. Para Tânia Gaspar, a escola tornou-se um ambiente que, em vez de promover crescimento, muitas vezes contribui para o aumento da ansiedade e do insucesso. Este ciclo de exclusão começa cedo e afeta, sobretudo, os jovens de contextos socioeconómicos mais frágeis. Sem suporte emocional e estratégias de recuperação, muitos acabam por abandonar os estudos. A pandemia veio agravar estas dificuldades. As crianças que estavam no 1.º e 2.º anos durante o confinamento sofreram um corte drástico no desenvolvimento das suas competências básicas. Um estudo piloto conduzido pela equipa de Tânia Gaspar em escolas públicas demonstrou que, com intervenção personalizada e apoio emocional, grande parte dos alunos conseguiu recuperar a literacia e as competências sociais. Será que estamos a perceber os sinais? Os jovens estão emocionalmente mais frágeis. Tânia Gaspar descreve um cenário preocupante, onde as expressões emocionais muitas vezes se manifestam através de comportamentos disruptivos — agitação, agressividade ou, no extremo oposto, retração silenciosa. Estes comportamentos são frequentemente interpretados como problemas de disciplina, mas podem esconder questões emocionais profundas. O ambiente escolar, em vez de integrar essas crianças, tende a isolá-las, criando um ciclo de exclusão e retração emocional. E depois há a família. A família é um dos pilares fundamentais para o equilíbrio emocional dos jovens. No entanto, Tânia Gaspar reconhece que nem sempre existe um acompanhamento adequado. Cito uma frase que podem ouvir a seguir: “Os pais estão exaustos, sobrecarregados com o trabalho, e isso reflete-se na capacidade de ouvir e apoiar os filhos” Para a psicóloga, é urgente investir em literacia parental, para os pais compreenderem melhor os ciclos de desenvolvimento e os desafios específicos de cada idade. Ser jovem acabadinho de entrar no mercado é uma carga de trabalhos. A transição para o mercado de trabalho tem sido marcada por um misto de incerteza económica e falta de propósito. Muitos jovens sentem-se pressionados a encontrar um rumo rápido, sem espaço para experimentar ou errar. Vale aprender um conceito que se está a tornar comum entre os jovens trabalhadores: o "boreout" — o tédio crónico associado à falta de estímulo no trabalho. Além disso, muitos jovens rejeitam o modelo tradicional de carreira. Para esta geração, a ideia de escola-universidade-emprego desaparece, dando lugar a trajetórias mais fluidas, onde o propósito e o equilíbrio emocional ganham destaque. Obviamente é essencial preparar melhor os jovens para os desafios da vida adulta, promovendo resiliência emocional e literacia em saúde mental. Tania Gaspar é psicóloga e mãe de adolescentes. E observa de forma muito atento que se passa na escola dos nossos tempos. E o correr bem ou mal depende muitas vezes das condições da vida familiar e doméstica. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:36:14 - 00:01:07:20 Fazer isso, porque olha, já temos os bombeiros,
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    1 h y 8 m
  • O que se faz na primeira hora de uma crise? Mariana Victorino
    May 7 2025
    Na segunda-feira em que Portugal ficou sem eletricidade durante várias horas, muitos portugueses fizeram a mesma pergunta: “O que se passa?” E ficaram sem resposta. Sem redes sociais, sem tv, sem telemóvel. Sobrou a rádio. Sempre no ar. A velhinha rádio provou que está pronta para responder à emergência. E isso é uma boa notícia. A crise desta segunda-feira tem uma vertente técnica, sobre o que aconteceu, como se recuperou e como se previne o futuro. E outra, mais importante para o programa, de comunicação. Como se comunica durante um evento inesperado e com potencial para provocar disrupção. O apagão iluminou vulnerabilidades, como sempre acontece nas crises., mas também nos oferece um ponto de partida: como se deve comunicar quando acontece o inesperado? Que papel têm os líderes, as empresas e os media? E o que significa, afinal, estar preparado para uma crise? Convidei a especialista em comunicação de crise Mariana Victorino, professora na Universidade Católica, que lembra: “A crise não começa quando algo corre mal. Começa quando ninguém sabe o que dizer.” Uma crise não é somente um problema técnico. É um momento de exceção, onde há risco para a segurança, para a reputação ou para a confiança numa organização ou país. Pode ser um apagão, um acidente, uma falha grave de serviço ou até uma polémica pública. E numa crise, o tempo conta. Há uma ideia chave em comunicação de crise: a golden hour - a hora de ouro — a primeira hora. É nesse intervalo que se decide muito do que virá depois: a confiança, a perceção pública, o tom da resposta. Para Mariana Victorino, há três ingredientes essenciais para qualquer resposta inicial: 1. Reconhecer o problema — mesmo sem admitir culpa;2. Expressar empatia — sobretudo se houver pessoas afetadas;3. Explicar o que está a ser feito — mesmo que seja apenas “estamos a recolher informação”. Quem deve comunicar? Depende. Mas alguém deve. A comunicação de crise exige que haja uma estrutura definida, com papéis claros: quem decide, quem coordena, quem comunica. Idealmente, o líder toma decisões e pode ser a cara pública em momentos-chave. Mas a figura do porta-voz — preparado, humano, credível — é central. Esse porta-voz deve conhecer os media, os públicos, os canais. E deve conseguir manter a calma, reconhecer a realidade e inspirar confiança. Fundamental é a preparação previa. Preparar antes, agir durante, aprender depois. A comunicação de crise começa muito antes da crise. Implica treino, simulações, planos escritos e revistos, mensagens preparadas para diferentes cenários — e sobretudo uma cultura de responsabilidade e transparência. Também é importante saber onde e como comunicar. Durante o apagão, por exemplo, muitos canais digitais falharam — mas a rádio manteve-se no ar. Era aqui que se se poderia ter investido mais. E depois da crise? Avaliar. Aprender. Ajustar procedimentos. E comunicar também a recuperação. A boa notícia: é possível fazer melhor A conversa com Mariana Victorino é clara: não é preciso adivinhar o futuro. Mas é preciso treinar o presente: preparar equipas, alinhar mensagens, construir confiança com o público — antes que a crise nos obrigue a improvisar. E é possível fazê-lo bem. E aproveitar a luz para prevenir a sombra. Talvez este apagão, que durou entre o pico da do meio-dia até ao fim da hora do busco fusco , tenha vindo para nos avisar que temos de estar preparados e de comunicar melhor. Principalmente quando algo corre mal. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:00:00 - 00:00:02:14 Viva Mariana Vitorino! 00:00:02:14 - 00:00:40:13 Possa tentar que, como uma especialista em crises, acho que sim. Essa Santa Bárbara bom formalmente doutorada em Ciências da Comunicação Pública Católica Portuguesa e professora na Faculdade de Ciências Humanas, especialista em Comunicação Estratégica e em Comunicação de Crise. Ligam me muitas vezes quando quando estão em dificuldades.
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    49 m
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