Episodios

  • Episódio 10 – A Base Intelectual da Medicina de Família: A Ciência da Complexidade Humana
    Jul 8 2025

    Neste episódio, a gente mergulha fundo nas raízes intelectuais e acadêmicas da Medicina de Família e Comunidade, em uma reflexão potente sobre o que, de fato, sustenta nossa prática como disciplina médica. A partir do texto clássico que guia essa discussão, desafiamos alguns dos maiores mitos sobre nosso trabalho: não, médicos de família não precisam ser oniscientes, nem nossa prática se resolve fragmentando pessoas em pedaços, como sugere o modelo biomédico tradicional. Pelo contrário — a grande competência da MFC é, justamente, gerenciar a complexidade, abraçar a incerteza, integrar ciência, cuidado, contexto e existência humana. Este episódio discute como a verdadeira tecnologia da nossa prática é, na verdade, a relação, o vínculo e a capacidade de navegar os múltiplos níveis da experiência humana. Uma conversa que provoca, inspira e reafirma: ser médico de família é, antes de tudo, entender que nossa unidade de cuidado não é o órgão, nem a doença — é a pessoa em sua totalidade.Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

    Más Menos
    7 m
  • Episódio 9 – Resolução de Problemas na Medicina de Família: O Jeito McWhinney de Pensar Clínica
    Jul 3 2025

    Neste episódio, a gente se conecta com a mente brilhante de Ian McWhinney, um dos pais da Medicina de Família, pra refletir sobre algo que atravessa nosso dia a dia no consultório: como tomamos decisões na prática clínica. A partir do artigo clássico “Resolução de Problemas e Tomada de Decisões na Prática Familiar”, publicado em 1979, McWhinney nos provoca a pensar sobre como médicos de família lidam com incertezas, organizam informações, integram experiência clínica, evidências e, principalmente, a singularidade de cada pessoa, seu contexto e sua história. Este episódio é uma verdadeira aula sobre o raciocínio clínico na MFC e sobre como o processo de decisão vai muito além da doença — ele nasce da relação, do território, da escuta e do vínculo. Uma conversa indispensável pra quem quer entender por que ser médico de família é muito mais do que seguir protocolos: é navegar na complexidade da vida real.

    Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

    Más Menos
    6 m
  • Episódio 8 – O Estudo de Traralgon: Quando a Comunidade é o Nosso Laboratório
    Jul 1 2025

    Neste episódio, a gente atravessa o mundo pra conhecer um dos estudos mais importantes da história da Medicina de Família: o Estudo de Saúde e Doença de Traralgon, realizado na Austrália por Charles Bridges-Webb, um médico de família rural que, junto de uma enfermeira de cuidados primários, transformou sua comunidade em um verdadeiro laboratório de cuidado, ciência e compreensão sobre saúde. Mais do que números, esse estudo revelou como fatores sociais, ambientais e contextuais moldam a experiência de adoecer e de viver com saúde. É um marco na história da pesquisa em Atenção Primária, mostrando que é possível — e necessário — produzir ciência de dentro da comunidade, olhando pras pessoas em sua totalidade. Uma conversa pra quem acredita que Medicina de Família é, sim, ciência — e das boas.Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

    Más Menos
    7 m
  • Episódio 7 – A Lei Inversa do Cuidado: Quando quem mais precisa recebe menos
    Jun 26 2025

    Neste episódio, trazemos uma das ideias mais potentes — e dolorosamente atuais — da Medicina de Família e da Saúde Coletiva: a Lei Inversa do Cuidado, formulada por Julian Tudor Hart em um artigo clássico publicado no The Lancet em 1971. A partir desse texto e de reflexões complementares de Andy Haines, discutimos como, em sistemas de saúde, quem mais precisa de cuidado é, frequentemente, quem menos recebe. Um fenômeno que se agrava quando a lógica de mercado invade o cuidado em saúde, aprofundando desigualdades e deixando populações vulneráveis ainda mais desassistidas. Falamos sobre financiamento público, equidade, os limites das abordagens centradas no mercado e a necessidade urgente de repensar modelos que garantam uma distribuição justa dos recursos e dos serviços. Um episódio necessário, que provoca, inquieta e faz a gente lembrar que a luta por equidade é parte indissociável da prática da Medicina de Família e Comunidade.Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

    Más Menos
    7 m
  • Episódio 6 – Medicina Antecipatória: Quando Prevenir é Parte da Consulta
    Jun 24 2025

    Neste episódio, vamos conversar sobre um conceito que é cara da Medicina de Família e Comunidade: a Medicina Antecipatória. A partir do capítulo escrito por Chris van Weel, exploramos como a prevenção deixa de ser algo separado da prática clínica e passa a fazer parte da própria consulta. Discutimos como, durante o acompanhamento longitudinal, podemos — e devemos — identificar riscos, antecipar problemas e atuar na prevenção de condições como doenças cardiovasculares, câncer e outros agravos. Além de trazer o contexto histórico desse conceito, o episódio aborda como a construção de uma consulta preventiva, estruturada, mas personalizada, fortalece o cuidado contínuo e melhora os desfechos em saúde. Uma reflexão prática e poderosa sobre como transformar cada encontro com nossos pacientes em uma oportunidade de promoção da saúde e prevenção real.Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

    Más Menos
    6 m
  • Episódio 5 - Relatório Collings
    Jun 23 2025

    No quinto episódio do Consultório no Bolso, seguimos nossa jornada pelos Classic Papers da Medicina de Família e Comunidade. Neste episódio, Chico e Bel conversam sobre um artigo histórico, publicado em 1950 por Joseph S. Collings, que analisou de forma crítica a prática médica geral na Inglaterra daquela época. O relatório, intitulado “General Practice in England Today: A Reconnaissance”, escancarou as deficiências da prática geral, especialmente nas áreas urbanas, consideradas insatisfatórias e até perigosas para a população. A partir desse trabalho, abriu-se um debate intenso que impulsionou mudanças profundas, levando à transformação da prática geral britânica e ao fortalecimento da Medicina de Família como uma disciplina médica estruturada, com identidade própria e organizada em torno de padrões de qualidade e cuidado centrado nas pessoas. Vem com a gente entender por que esse artigo foi tão revolucionário e como ele ainda ressoa na prática da atenção primária nos dias de hoje.


    Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

    Más Menos
    6 m
  • Episódio 4 – Humanismo Médico: Pelos Olhos do Paciente
    Jun 20 2025

    Neste episódio, abrimos espaço para refletir sobre aquilo que é, talvez, o verdadeiro coração da Medicina de Família: a relação médico-paciente. A partir de textos que mesclam relatos pessoais e reflexões literárias — incluindo um ensaio de ninguém menos que Arthur Conan Doyle, sim, o criador de Sherlock Holmes, que também foi médico — mergulhamos nas raízes do humanismo médico. Conversamos sobre empatia, escuta, confiança e o papel central do paciente na prática clínica. Também refletimos sobre como a visão da medicina evoluiu ao longo do tempo e como, em meio a tanta tecnologia, protocolos e guias, é a conexão humana que sustenta de verdade o cuidado. Uma pausa necessária pra lembrar por que escolhemos ser médicos de família.


    Referência

    KIDD, Michael (Ed.). Family medicine: the classic papers. CRC Press, 2016.

    Más Menos
    6 m
  • Episódio 3 – A História da Medicina de Família no Brasil
    Jun 20 2025

    Neste episódio, vamos conhecer de onde viemos. A partir do texto “A Medicina de Família e Comunidade e Sua Entidade Nacional: Histórico e Perspectivas”, de João Werner Falk, fazemos um passeio pela trajetória da Medicina de Família e Comunidade no Brasil — desde os primeiros movimentos na década de 1970, quando ainda era chamada de Medicina Geral Comunitária, até sua consolidação como especialidade reconhecida, já nos anos 2000. Discutimos as cinco fases históricas da MFC no país, os desafios enfrentados, como a busca por reconhecimento, as dificuldades na formação de profissionais, e o papel fundamental da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) nesse processo. Também refletimos sobre as propostas e os caminhos futuros para fortalecer a atenção primária no Brasil, sempre conectando história, prática e compromisso com o cuidado centrado nas pessoas.


    Referências:

    DA FONSECA SIMAS, Keith Bullia et al. A residência de Medicina de Família e Comunidade no Brasil: breve recorte histórico. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 13, n. 40, p. 1-13, 2018.FALK, João Werner. A Medicina de Família e Comunidade e sua entidade nacional: histórico e perspectivas. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 1, n. 1, p. 5-10, 2004.COELHO, Giliate Cardoso; ANTUNES, Valeska Holst; OLIVEIRA, Aristides. A prática da Medicina de Família e Comunidade no Brasil: contexto e perspectivas. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, n. 1, p. e00170917, 2019.

    Más Menos
    6 m