Em seu episódio final, Roube esse Podcast embarca em uma viagem pelo mar revolto da pirataria cultural nos anos 2000 e 2010, tendo como protagonista um dos maiores símbolos desse universo: o site MegaFilmes HD. Entre memórias digitais, links quebrados e arquivos esquecidos, relembramos um tempo em que o acesso à cultura era uma questão de engenhosidade, risco e resistência.

Através de entrevistas, trechos de arquivo e uma narrativa que mistura ficção sonora e crítica cultural, o episódio mergulha na história de Marcos Magno, criador do MegaFilmes HD, e na ascensão e queda de um império digital que ofereceu acesso gratuito a filmes e séries para milhões de brasileiros. Ouvimos ainda especialistas como Leonardo Foletto e Mariana Valente, que nos ajudam a entender como a legislação, o avanço do streaming e o monopólio das grandes plataformas redesenharam o que entendemos por acesso à cultura.

Aqueles que Chegam com a Bebida encerra a temporada propondo uma reflexão urgente: enquanto houver cultura presa atrás de muros digitais, sempre haverá alguém disposto a abrir passagem.

No final dos anos 90, a internet parecia um território sem dono — e o Brasil, um grande terreno fértil para o compartilhamento de cultura. De músicas no Napster a filmes via torrent, o acesso estava cada vez mais ao alcance de um clique. Mas essa festa logo chamou atenção de quem lucrava com os muros altos do copyright.

Neste episódio, mergulhamos na era dos downloads, dos fóruns e dos primeiros embates entre compartilhamento digital e a força das leis de direitos autorais. Conversamos com o advogado Pedro Mizukami e o jornalista Pablo Miyazawa para entender como os EUA pressionaram o Brasil com a ameaça de sanções comerciais, enquanto o mundo via nascer o The Pirate Bay — a hidra sueca da pirataria cultural.

Como o discurso antipirataria foi construído? Por que copiar virou crime?

Em agosto de 2007, o Brasil conheceu um novo tipo de blockbuster — um que não passou primeiro pelo cinema, e sim pelas mãos de camelôs. “Tropa de Elite” vazou antes da estreia, com 20 milhões de cópias circulando pelo país. De favela a gabinete, todo mundo assistiu. Mas... isso foi crime? Ou foi só o público tomando o que sempre foi negado?

Neste episódio, mergulhamos no caso mais famoso da pirataria de filmes no Brasil e nas reações que ele provocou: propagandas absurdas, acusações sem provas e uma perseguição que confundia camelô com vilão de filme. Mas também mostramos como, naquele mesmo momento, o Tecnobrega no Pará usava o “sistema pirata” não pra copiar, mas pra criar.

No segundo episódio, voltamos a 1983 para entender como uma impressora quebrada no MIT inspirou Richard Stallman a imaginar um mundo onde o software — e a cultura — fossem livres. A partir do movimento do software livre e do copyleft, conhecemos as quatro liberdades que guiariam o Projeto GNU e a Free Software Foundation. Conversamos com Marcelo Branco, que explica essas liberdades, e com Leonardo Foletto, autor de A Cultura é Livre, sobre como essas ideias chegaram à música, arte e informação. E falamos também com Hal Abelson, um dos criadores da licença Creative Commons, que nos conta como a cultura livre se tornou um movimento global. No Brasil, copiar virou forma de acesso — e talvez não devêssemos chamar isso de pirataria.

Antes da Netflix, dos streamings e dos direitos autorais como conhecemos, cultura era algo livre, compartilhado e remixado. Neste episódio, a gente volta no tempo pra entender de onde veio a ideia de “propriedade intelectual” e como ela se transformou numa ferramenta de controle — e exclusão.

Com participações de especialistas como Leonardo Foletto e Pedro Mizukami, investigamos como o domínio público permite que personagens como o Ursinho Pooh e o Mickey Mouse virem... assassinos? Sim, e isso tem tudo a ver com acesso à cultura, liberdade criativa e, claro, pirataria.

Prepare-se para entender por que, quando o assunto é cultura, copiar pode ser um ato político

O começo do começo.