
Dinamarca assume presidência rotativa da União Europeia com foco em defesa e transição verde
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A Dinamarca assume nesta terça-feira (1º) a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, o que confere ao país a responsabilidade de definir a agenda e as prioridades políticas do bloco durante os próximos seis meses. Com a nova realidade geopolítica mundial, Copenhague pretende focar em temas como segurança e defesa, transição verde e competitividade.
Letícia Fonseca-Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas
Uma nova meta climática para 2040, que visa reduzir as emissões da União Europeia em 90%, em relação aos níveis de 1990, será divulgada pela Comissão Europeia na quarta-feira (2). A Dinamarca terá um papel central nestas negociações sobre transição verde, apesar da resistência de alguns governos, que negociam apoio à agenda ambiental em troca de flexibilidade ou concessões.
Bruxelas está considerando uma meta mais baixa para as indústrias domésticas e a compra de créditos de carbono internacionais para compensar a diferença e alcançar os 90%. Organizações de defesa do meio ambiente defendem que a União Europeia chegue à neutralidade climática já em 2040.
Caberá ao ministro dinamarquês do Clima e Energia, Lars Aagaard, a difícil tarefa de enfrentar um duplo desafio: manter a agenda climática do bloco europeu ambiciosa e evitar que o vácuo deixado pela saída dos EUA do Acordo de Paris comprometa os avanços das últimas décadas.
Vanguarda no combate ao aquecimento global, a Dinamarca é o único país no mundo onde a maioria de suas cidades já desenvolveu planos para atingir a neutralidade de carbono até 2050. O país escandinavo será responsável pela apresentação das metas de redução de emissões da União Europeia na COP30, na cidade de Belém, em novembro.
Rearmar a EuropaMeses após a Rússia invadir a Ucrânia, a Dinamarca convocou um referendo histórico e a maioria da população votou a favor da adesão do país à política de segurança e defesa da União Europeia, da qual permaneceu à margem por 30 anos.
Recentemente, a Dinamarca anunciou estar abandonando sua posição tradicionalmente moderada em relação ao orçamento do bloco europeu para rearmar a Europa contra a Rússia. “Porque se a Europa não for capaz de se proteger e se defender, então será o fim do jogo”, explicou a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.
As negociações do próximo orçamento que cobre o período 2028-2034 começam depois do verão europeu e a Dinamarca não pretende mais participar do grupo conhecido como os “Frugais”, ao lado da Suécia, Holanda e Áustria, na defesa de políticas fiscais rigorosas. A presidência dinamarquesa da UE vai estar sob uma enorme pressão para, com Bruxelas, encontrar formas de financiar os esforços prometidos pelos aliados da Otan, em aumentar as despesas com defesa em 5% do PIB.
Mette Frederiksen disse que “é uma grande oportunidade para um pequeno país - como a Dinamarca - preparar o caminho para uma Europa mais forte” neste momento crucial da história do continente.
Disputa pela GroenlândiaNos corredores de Bruxelas circula uma piada que diz que a Dinamarca está assumindo o comando do bloco europeu, só não se deve contar isso para o presidente americano, Donald Trump. Desde que voltou ao poder, Trump ameaça anexar a Groenlândia, um território ultramarino semi-autônomo que faz parte do país europeu, rico em recursos minerais e com localização estratégica no Ártico.
Recentemente, a Casa Branca mudou de tática e a ideia de anexação se transformou em um plano formal do governo dos EUA para adquirir a ilha.
O New York Times comentou que Trump, um ex-empresário do setor da construção civil em Nova York, pode ver a “compra da Groenlândia” como um dos maiores negócios imobiliários da história.
Para a premier dinamarquesa, Mette Frederiksen, cabe à Groenlândia decidir seu próprio futuro. Meses atrás a tensão política deu espaço a uma proposta bem-humorada, onde os dinamarqueses sugeriram comprar a Califórnia por US$ 1 trilhão e rebatizá-la de Nova Dinamarca, além de trocar o nome da Disneylândia para Hans Christian Andersenland, em homenagem ao famoso escritor dinamarquês.