
The Expedition of Humphry Clinker: A Comédia Epistolar de Tobias Smollett
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The Expedition of Humphry Clinker, publicado por Tobias Smollett em 1771, representa o ápice da arte epistolar cômica inglesa e uma das sátiras sociais mais penetrantes do século XVIII. Este romance final de Smollett utiliza a estrutura de múltiplas correspondências para criar um panorama abrangente da sociedade britânica através da jornada de uma família excêntrica pela Inglaterra e Escócia, combinando humor picaresco com observação social aguda.
A estrutura epistolar polifônica permite a Smollett apresentar os mesmos eventos através de perspectivas radicalmente diferentes, criando efeitos cômicos através do contraste entre personalidades e revelando como classe social, idade e temperamento moldam percepções da realidade. Esta técnica narrativa antecipa desenvolvimentos posteriores no romance moderno.
Matthew Bramble emerge como protagonista complexo: proprietário rural galês de temperamento irascível mas coração fundamentalmente bondoso, cuja hipocondria e misantropia aparente mascaram sensibilidade genuína e preocupação social. Suas cartas revelam crítico perspicaz da sociedade contemporânea, especialmente da comercialização crescente da vida inglesa.
Tabitha Bramble, irmã solteirona de Matthew, representa a comédia dos costumes através de suas pretensões sociais mal direcionadas e busca desesperada por marido. Suas cartas, repletas de erros ortográficos e mal-entendidos, oferecem perspectiva involuntariamente cômica sobre eventos sérios, revelando como vaidade pode distorcer percepção.
Lydia Melford, sobrinha jovem e romântica, incorpora sensibilidade sentimental da época através de suas cartas efusivas sobre paisagens, sociedade e romance. Sua perspectiva idealizada contrasta com o cinismo de seu tio, criando tensão geracional que reflete mudanças culturais do período.
Jery Melford, sobrinho universitário, oferece perspectiva educada mas ainda imatura sobre sociedade e política. Suas observações revelam influência da educação clássica mas também ingenuidade juvenil, permitindo a Smollett explorar temas sobre formação intelectual e social.
Win Jenkins, criada de Tabitha, proporciona perspectiva das classes trabalhadoras através de cartas que combinam lealdade genuína com observações inadvertidamente perspicazes. Seus mal-entendidos linguísticos criam humor enquanto revelam divisões sociais da época.
Humphry Clinker, personagem-título que aparece relativamente tarde na narrativa, representa redenção através da virtude genuína. Sua transformação de vagabundo em metodista respeitável oferece comentário sobre mobilidade social e poder da religião para reforma moral e social.
A jornada através da Inglaterra e Escócia funciona como dispositivo estrutural que permite exploração sistemática de diferentes regiões, classes sociais e costumes. Smollett utiliza esta peregrinação para criar panorama abrangente da sociedade britânica em transformação.
Bath emerge como microcosmo da sociedade comercial emergente, onde Smollett critica tanto a vulgaridade dos novos-ricos quanto a decadência da aristocracia tradicional. Suas descrições das águas termais e assembleias sociais revelam comercialização crescente do lazer e sociabilidade.
Londres é retratada como metrópole corrompida onde crescimento urbano descontrolado cria problemas de saúde pública, crime e degradação moral. As observações de Bramble sobre poluição, superpopulação e perda de comunidade antecipam críticas modernas à urbanização.
A Escócia oferece contraste positivo, representando valores tradicionais de hospitalidade, educação e integridade moral que Smollett via como ameaçados pela modernização inglesa. Esta perspectiva reflete orgulho nacional escocês do autor e crítica à anglicização cultural.
O metodismo aparece como força de renovação moral através da conversão de Humphry Clinker, permitindo a Smollett explorar papel da religião popular na reforma social. Esta representação simpática contrasta com atitudes típicas da literatura da época.