
#106 AMAR, VERBO INTRANSITIVO - MÁRIO DE ANDRADE - FINAL
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Acerca de esta escucha
Vocês viram que o autor coloca fim no romance, anuncia que o idílio dos dois está acabado, de Elza e de Carlos, marca o fim e depois continua a narrativa. A página que está escrito “fim” traz até uma arte que remete ao fim, com a palavra em caixa alta, distanciada do texto e centralizada, como se tivesse acabado mesmo.
Como em um movimento musical, o romance anuncia o fim e segue, num recomeço que nos remete ao um ciclo. Mário de Andrade era musicista. Na música acontece esse movimento, de marcar o fim e recomeçar a melodia. Ele usa desse recurso para conferir a ideia de ciclo ao romance. Terminado o idílio com Carlos, Elza recomeça com novo aluno, um que ela não gosta, Luís. Mas ela já está decepcionada, porque já foram tantos, que agora já estão casados, encaminhados na vida – na vida sexual/sentimental, ao menos – e ela segue presa nesse ciclo, sonhando em ter um marido. Não consegue que algum aluno se apaixone a ponto de casar, nem consegue voltar à Alemanha. Pra Elza, amar tem sido um verbo intransitivo, que não encontra objeto a não ser no marido idealizado em sonhos. O amor dela não encontra a quem se doar, nem ela é objeto de amor de nenhum dos burgueses que iniciou sexualmente. Pra personagem Elza, amar é verbo intransitivo.