Cúpula da UE termina com críticas da Espanha à inação frente a Israel e extensão de sanções contra a Rússia Podcast Por  arte de portada

Cúpula da UE termina com críticas da Espanha à inação frente a Israel e extensão de sanções contra a Rússia

Cúpula da UE termina com críticas da Espanha à inação frente a Israel e extensão de sanções contra a Rússia

Escúchala gratis

Ver detalles del espectáculo

Acerca de esta escucha

Um dia após a Cúpula da Otan, líderes europeus se reuniram em Bruxelas para o último Conselho Europeu antes do recesso do verão. A agenda do encontro, que terminou nesta sexta-feira (27), incluía tópicos como Ucrânia, Gaza, sanções contra a Rússia e imigração, além de como chegar a um acordo comercial com os EUA antes do prazo imposto por Trump para impor tarifas retaliatórias. A UE também prometeu apoio aos países com dificuldade orçamentária em atingir a meta de 5% com gastos em defesa. Letícia Fonseca-Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas Em Bruxelas, os líderes europeus apelaram para um cessar-fogo imediato e pediram a Israel o fim do bloqueio para a entrada de comida e ajuda humanitária no território palestino. Eles lamentaram a “grave situação humanitária em Gaza, o número inaceitável de vítimas e os níveis de fome”, mas evitaram mencionar as graves violações dos direitos humanos feitas por Israel em Gaza. Esta semana, um relatório da União Europeia revelou que há indícios de que as ações do governo israelense em Gaza violam as obrigações sobre direitos humanos previstas no Acordo de Associação UE-Israel. O bloco europeu é o maior parceiro comercial de Israel e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pediu a suspensão imediata deste acordo. "O que não faz sentido é que estejamos implementando 18 pacotes de sanções contra a Rússia por sua agressão à Ucrânia, e a Europa, em um duplo padrão, seja incapaz de sequer suspender um acordo de associação quando o Artigo 2º sobre o respeito pelos direitos humanos está sendo flagrantemente violado", disse o premiê socialista. Israel criticou a declaração de Sánchez acusando o governo espanhol de “lançar uma cruzada anti-Israel” e de “estar do lado errado da história”. Veto da Eslováquia Os dirigentes europeus aprovaram a extensão das atuais sanções contra a Rússia, por mais seis meses, enquanto a Comissão Europeia termina o 18º pacote de sanções contra Moscou, visando os setores energético e financeiro russos. No entanto, a Eslováquia anunciou que pretende vetá-lo por causa de um desacordo com a Comissão Europeia. Bruxelas pretende eliminar progressivamente todos os contratos de gás e petróleo russos até 2027 e o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, usa o seu veto para pressionar a UE, a fim de garantir o fornecimento de gás. A Eslováquia depende da Rússia para obter energia e Bratislava diz que o fim destas compras traria consequências catastróficas para a economia eslovaca. Outro desdobramento do Conselho Europeu foi a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky – por videoconferência - que pediu aos líderes da União Europeia para reduzir ao máximo o preço do petróleo russo. Zelensky também abordou a questão da adesão da Ucrânia ao bloco europeu, dizendo que seria justo iniciar o processo de negociação de seu país – atualmente bloqueado pela Hungria - em função do rápido progresso alcançado por Kiev nos critérios exigidos por Bruxelas. Imigração Há dez anos a Europa vivia o auge de uma crise migratória com o recorde de 1,2 milhão de pedidos de asilo, o maior patamar desde a Segunda Guerra Mundial. Mas hoje o continente europeu está se tornando cada vez mais hostil aos imigrantes, e o controle da imigração ocupa o topo da agenda política da União Europeia. O novo chefe do governo alemão, o conservador Friedrich Merz, que participou pela primeira vez de um Conselho Europeu, se reuniu com países interessados em endurecer a política migratória do bloco europeu. A iniciativa, que aconteceu à margem do encontro oficial, foi encabeçada pela Itália, Holanda, Hungria e Dinamarca. Ao assumir o poder, Merz reforçou o controle nas fronteiras alemãs e tem impedido a entrada de milhares de pessoas em situação irregular no país. A Comissão Europeia lembra que medidas deste tipo “devem permanecer estritamente excepcionais”. Esta semana, a Alemanha suspendeu o financiamento de € 2 milhões anuais para ONGs que realizam resgates de barcos carregados de refugiados que tentam entrar na Europa através do mar Mediterrâneo. Uma das principais promessas de campanha de Merz foi justamente combater a imigração irregular e ilegal, considerada fora de controle, por parte do eleitorado alemão. Friedrich Merz acredita que a adoção de medidas duras ajudam a aliviar as preocupações dos eleitores e a frear a ascensão da extrema-direita no país. Antes mesmo de ter sido eleito, o líder da CDU (União Democrata Cristã), tentou aprovar regras de imigração mais duras no Budenstag, com o apoio da extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD); o que lhe rendeu muitas críticas, inclusive da ex-chanceler alemã, Angela Merkel. Na época, a proposta foi rejeitada. O polêmico projeto anti-imigração de Merz previa restrições à reunificação familiar, recusa de requerentes de asilo sem ...
Todavía no hay opiniones