Socialista e muçulmano, Zohran Mamdani pode fazer história se for eleito prefeito de Nova York Podcast Por  arte de portada

Socialista e muçulmano, Zohran Mamdani pode fazer história se for eleito prefeito de Nova York

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Zohran Mamdani, um socialista democrata, filho de imigrantes e muçulmano, surpreendeu ao derrotar Andrew Cuomo nas primárias democratas para a prefeitura de Nova York na última terça-feira (24). Com uma campanha fortemente ancorada nas redes sociais e no corpo a corpo com o eleitor, Mamdani foi chamado pela renomada publicação The New Yorker, de milagre nova-iorquino. Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York Sua precisão ao comunicar um plano de governo com foco no custo de vida e em políticas sociais fez dele um símbolo de renovação dentro do Partido Democrata. Sua candidatura vem sacudindo alianças tradicionais e expondo divisões até mesmo dentro da influente comunidade judaica da cidade. Quem é Zorhan Mamdani Zorhan Mamdani tem 33 anos, é socialista democrata e possui apenas quatro anos de experiência em cargos públicos. Ainda assim, conseguiu uma vitória histórica nas primárias do Partido Democrata para a Prefeitura de Nova York. E mais: derrotou ninguém menos que Andrew Cuomo, ex-governador do estado e um dos nomes mais tradicionais da política americana. Essa vitória é vista como um terremoto político — pois revela o grau da insatisfação dos eleitores democratas com o sistema atual, especialmente depois do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Mamdani não era favorito. Em fevereiro, mal aparecia nas pesquisas. Mas cresceu rapidamente, impulsionado pela indignação com o alto custo de vida em Nova York e pela rejeição a figuras do establishment, como Cuomo, que tentou voltar à cena política mesmo após escândalos que o afastaram do poder há menos de quatro anos. Se vencer em novembro, Mamdani se tornará o primeiro prefeito muçulmano e o primeiro nova-iorquino de origem sul-asiática a comandar a cidade. Um símbolo poderoso de mudança em uma Nova York cada vez mais diversa e politicamente inquieta. Eleições acontecem em novembro Embora Mamdani seja o favorito após vencer as primárias democratas, ele vai enfrentar pelo menos quatro candidatos na eleição geral de novembro — incluindo alguns nomes bem conhecidos. Entre os adversários estão o republicano Curtis Sliwa, o atual prefeito Eric Adams, que tenta a reeleição agora como candidato independente, e até Andrew Cuomo, o mesmo que Mamdani derrotou nas primárias — mas que pode voltar à disputa por meio de uma legenda criada por sua própria campanha meses atrás. Em Nova York, vencer a primária democrata costuma significar vitória quase certa na eleição geral, já que a cidade é majoritariamente democrata. Mas este ano, o cenário é diferente. A eleição deve ser decidida voto a voto, num cenário fragmentado e com um número bem maior de eleitores — incluindo os que não votaram nas primárias por não estarem filiados a nenhum partido. Os votos finais da primária, com contagem por sistema de escolha ranqueada, só devem ser oficialmente certificados em meados de julho. Mas tudo indica que Mamdani será confirmado como o candidato oficial do Partido Democrata. A partir daí, começa a corrida de verdade rumo à prefeitura de Nova York. Campanha centrada no custo de vida em NY Mamdani conquistou os eleitores porque falou de um tema central para quem vive em Nova York: o bolso. Desde o início da campanha, ele colocou o custo de vida e a economia no centro do debate. Seu principal compromisso? Tornar a cidade mais acessível para a classe trabalhadora. No site da campanha, ele já deixa claro: quer “reduzir o custo de vida para os nova-iorquinos da classe trabalhadora”. Entre suas propostas mais populares estão: ônibus gratuitos, congelamento de aluguéis, creches públicas sem custo, reforma no mercado imobiliário para ampliar o acesso à moradia e até supermercados públicos — tudo financiado por impostos sobre o 1% mais rico e grandes corporações. Segundo analistas, Mamdani se destacou por falar de dinheiro do jeito que o povo fala — com exemplos do dia a dia, como o preço do aluguel, da feira e do transporte. Ele não ficou apenas nas teorias econômicas: desceu ao nível do cidadão comum. Esse foco na economia é visto, até mesmo por democratas que não o apoiaram, como uma grande lição. Ele mostrou que, para conquistar a confiança do eleitor, é preciso falar da vida real — e propor soluções concretas e compreensíveis. Divisão da comunidade judaica Mamdani é um crítico aberto da política de Israel e defensor do movimento BDS, que propõe boicote ao governo israelense. Mesmo assim, ele venceu as primárias democratas em Nova York, que é justamente a cidade com a maior população judaica do mundo fora de Israel. Essa vitória revela uma ruptura crescente dentro do Partido Democrata — e também entre os próprios judeus americanos. Enquanto uma parte da comunidade continua apoiando candidatos mais alinhados a Israel, outra, especialmente entre os mais jovens e progressistas, começa a aceitar vozes mais críticas,...
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